quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

SUBSÍDIOS MÊS DE NAZARÉ

Assembleia Internacional da Fraternidade e Mês de Nazaré
O Mês de Nazaré foi uma das temáticas refletidas na última assembleia internacional da Fraternidade em Paris. A reflexão teve como ponto de partida as experiências realizadas nos países da Áustria, França, Estados Unidos da América e Chile. Depois destas partilhas muitos irmãos fizeram contribuições de suas vivências locais e chegou-se nestas conclusões:
1)   O Mês de Nazaré é uma espécie de noviciado da Fraternidade. Em certo sentido, é semelhante ao mês Inaciano. É um marco na vida do presbítero, um compromisso de pertença à Fraternidade. Contudo, não é algo institucional. É antes de tudo, um chamado a conversão interior, onde nos tornamos sujeitos desta escolha. O Mês de Nazaré inicia com uma decisão pessoal, como algo vital e necessário. Esta conversão interior necessita de tempo prolongado de escuta para experiência profunda de Deus em Fraternidade. Tempo onde a máxima é: “Deixar Deus ser Deus”. Também é uma experiência mística e contemplativa onde sentimos necessidade de ajuda, uns dos outros através da revisão de vida.
2)   O objetivo deste Mês é alimentar-se como homem de Deus que sempre volta ao deserto com tempo prolongado para escutar-se. Qual Deus? O Deus revelado em Jesus de Nazaré que traz boa notícia do Reino. Repetia-nos Ir. Carlos: “Deus, se tu existes, faz com que te conheças”. Também são objetivos pilares deste mês: aprofundar a vida e o testemunho do Ir. Carlos, o compromisso com os mais pobres, a vida eclesial, a vida em fraternidade e a contemplação.
3)   Tempo de novo impulso de homens que tem a coragem de cortar a situação pastoral. Tempo para dar-se a Deus. Se não temos este tempo seremos traidores dos pobres. Tempo largo de silêncio para escuta de um Deus que fala. É necessário dar-lhe tempo para gratuidade. Tempo oportuno de deixar-se amar por Deus para sermos homens de fraternidade, de hospitalidade, de proximidade aos mais pobres.
4)   Também se discutiu sobre o que é específico do Mês de Nazaré. Primeiro insistiu-se na ideia de que é um mês e não menos, também mais do que estudo ou conferencias deve favorecer na experiência de partilha, oração e encarnação, através de trabalhos manuais no cotidiano.
Enfim, analisou-se o desafio de que somos filhos de uma mentalidade clerical que repete: “Não tenho tempo”. Por isso deixar a paróquia por um mês torna-se grande desafio. No geral somos filhos de modelos conservadores que acumulam ministérios. Porque nos custa tanto deixar as atividades? Em síntese o pano de fundo é a realidade de padres funcionários do sagrado que tem linguagem e estilo de vida empresarial. Têm objetivos e metas para cumprir. Contudo, o tempo de Deus é diferente deste empresarial, de resultados e eficácia. Temos necessidade de retirar-nos como parte essencial da missão. Esta opção nos ajudará a retomar as opções fundamentais, como a opção preferencial pelos mais pobres. Retomar a consciência de filhos amados que precisam encontrar-se mais profundamente com o Pai.
 “Se a nossa vida não for de Nazaré, pública ou o deserto...  devemos chorar o Evangelho...” (Charles de Foucauld).


Pe. Inácio José do Vale– Irmãozinho da Visitação